"Tire a mão da consciência e meta a mão na consistência" diziam Arnaldo Antunes e Edgar Scandurra no show do Sesc Pompeia no domingo, dia 1 de fevereiro.
Parece razoável cobrar que a gente toda fique menos com as ideias e parta mais pra ação consistente, contínua, pelo revigoramento deste mundo neste tempo que é o sempre.
Curta-documentário exibido agora à noite no Futura dava show de consistência com irmãs - umas seis ou sete, entre 45 e 65 anos - da Pavuna, no Rio, que fazem dos restos da vida uma vida de novo. Uma levanta grana levantando lixo do chão e o moral da vila onde moram, outra pega firme na linha pra unir retalhos de lã, de pano, em recortes de vida a R$1.
Isso costura bem com coluna do Marcos Nobre de hoje (filósofo que publica na Folha de S.Paulo às terças), sobre o ensino da Filosofia. Diz ele que a obrigatoriedade da disciplina no ensino médio só vale se ajudar a tecer relações com outras matérias da vida educacional. Tudo bem. Pode ser. Usar a lógica para entender as relações entre as palavras, o raciocício matemático. OK. Ele desacredita do ensino da história do pensamento filosófico. Entendo: seria consciência mas faltaria consistência. O que fazer com isso na vida-realidade?
Nessa vida-realidade, os professores tão é desaparecendo - e isso é bem consistente com a inconsistência do modelo acadêmico do país. O desintegrável professor - de filosofia ou literatura ou matemática - foi espécie (ou será subespécie?) identificada em pesquisa do MEC relativa a 2007. Tá no jornal de hoje. Será que dá pra reverter esse quadro em 841 anos?
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